quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Água da privada é potável?

por Texto Michele Silva

Não. Nunca. Nem pense nisso. Se pensou “poxa, mas a caixa-d’água é a mesma, a louça é tão branquinha”, pensou errado. E, se agiu antes de pensar, deve procurar um médico. Sério, existem formas mais higiênicas de chocar a sociedade burguesa.

De acordo com o biólogo e professor de saúde ambiental da USP José Luiz Negrão Mucci, seres humanos que beberem água do vaso podem ter graves complicações (cachorros e gatos são mais resistentes). “Ali há protozoários e bactérias que podem causar diarréia, hepatite e infecções que ficam no organismo durante um longo período”, diz. Além disso, o cloro colocado pelos órgãos de tratamento da água não tem a concentração suficiente para matar todos os germes que ficam no vaso.

Mesmo que a idéia de matar a sede na privada nunca tenha passado pela sua mente sã, é preciso tomar cuidado, pois objetos próximos do trono também podem ser contaminados. Em alguns exames, foram encontrados micróbios de origem fecal nas cerdas de escovas de dentes. A origem, claro, era a privada, provavelmente porque alguém deu descarga com a tampa aberta, lançando bactérias pelo ambiente.

Mas, calma, não precisa jogar no lixo tudo que estiver sobre a pia do banheiro. O biomédico garante que os desinfetantes e a limpeza regular matam as bactérias, e o risco de contaminação é pequeno. “É um dos locais menos contaminados, porque é limpo regularmente”, diz. Mas, por precaução, é bom manter objetos de uso pessoal protegidos no armário.

Revista Superinteressante

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que é gordura trans?


O que é gordura trans?
Parece perfeito. Mas não é. A trans, segundo estudos recentes, é a gordura que mais contribui para a formação de placas nas artérias – e para o aumento da pressão arterial e dos riscos de infarto ou derrames.
por Marina Bessa
É uma gordura formada a partir de um processo de hidrogenação artificial feito nas indústrias. Sob alta pressão e temperatura, adiciona-se hidrogênio às moléculas de gordura. “O óleo se torna uma gordura mais consistente e mais durável”, diz Denise D’Agostini, farmacêutica da USP. Parece perfeito. Mas não é. A trans, segundo estudos recentes, é a gordura que mais contribui para a formação de placas nas artérias – e para o aumento da pressão arterial e dos riscos de infarto ou derrames.
Por isso, desde o dia 31 de julho deste ano, as empresas estão obrigadas a discriminar a quantidade de trans nos rótulos dos alimentos industrializados. “Só não está especificado o valor diário de ingestão, já que não existe uma recomendação de consumo dessa gordura”, diz Vivian Buanacorso, nutricionista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na verdade, recomenda-se que se ingira o mínimo possível: no máximo 2 gramas por dia (duas bolachas recheadas já estouram esse limite).
Com medo de perder consumidores, a indústria está atrás de outros jeitos de solidificar óleos sem arrasar corações. A mais nova vedete dos químicos é a interesterificação, processo que aumenta o ponto de fusão das gorduras sem alterar sua estrutura básica. É com ela que se faz, por exemplo, as margarinas sem trans que já existem no mercado. A tecnologia é um pouco mais cara, mas essas novas gorduras não fazem nenhum mal à saúde. Até que alguma pesquisa mostre o contrário.

Segura o trans
Conheça as diferenças entre as gorduras encontradas nos alimentos
Saturada
Como é: Só existem ligações simples entre os átomos de carbono. Dessa forma, há o máximo de hidrogênio possível na cadeia.
O que faz: Aumenta o nível de colesterol do sangue. Esse colesterol é depositado pela lipoproteína LDL nos vasos sanguíneos, inclusive nos do coração e do cérebro.
Onde é encontrada: Em carnes, leites e seus derivados.
Insaturada
Como é: Tem ligações duplas entre seus carbonos. Se há só uma ligação, chama-se monoinsaturada; se há duas ou mais, ela é poliinsaturada.
O que faz: Aumenta os níveis da lipoproteína HDL, também conhecida como “colesterol bom”, que tira o colesterol do sangue sem acumulá-lo nos vasos do coração.
Onde é encontrada: Em óleos vegetais, castanhas e peixes de águas frias, como sardinha, salmão e truta.
Trans
Como é: Geralmente é aquela que recebe doses extras de hidrogênio. Mas também há um teor pequeno dela na carne e no leite de animais ruminantes.
O que faz: Aumenta os índices de LDL, diminui os índices de HDL e ainda toma espaço do ômega 3 e do ômega 6 (gorduras vitais que não são produzidas pelo nosso organismo).
Onde é encontrada: Largamente utilizada em alimentos industrializados, sorvetes e frituras.
Revista Superinteressante