Plásticos do mal
Sonia Hess
Uma série de estudos – em animais e humanos – já comprovou os riscos para a saúde do plástico em contato com alimentos. Especialista sugere, portanto, que as pessoas pensem duas vezes antes de beber café no copinho plástico, por exemplo. (foto: Sxc.hu)
Sim, alguns tipos de plástico têm substâncias que atuam como interferentes endócrinos, ou seja, modificam o equilíbrio hormonal do corpo, podendo causar danos e doenças. É o caso dos ftalatos, dos alquilfenóis e do bisfenol A – já proibido em vários países e ainda aceito no Brasil.
A exposição e a ingestão dessas substâncias pelo contato com a comida podem provocar inúmeros problemas de saúde. Pesquisas com animais apontam para um aumento dos riscos de desencadear diabetes do tipo 2 e hipertensão, além de distúrbios sexuais.
A exposição do feto a essas substâncias ocasiona alterações de forma em órgãos ligados à reprodução, como útero, vagina, glândulas mamárias e próstata. Experimentos com ratas grávidas e seus filhotes recém-nascidos mostram que a ingestão dessas substâncias resulta ainda em obesidade e mudanças no comportamento, como hiperatividade, aumento da agressividade, problemas de aprendizagem e reação alterada para estímulos de dor ou medo.
Já existem estudos epidemiológicos que comprovam a correlação entre a concentração de bisfenol A no sangue e o desenvolvimento de doenças em seres humanosQuanto ao bisfenol A, especificamente, é importante destacar que já existem estudos epidemiológicos que comprovam a correlação entre a sua concentração no sangue e o desenvolvimento de doenças em seres humanos, como obesidade; síndrome dos ovários policísticos; hiperplasia do endométrio; diabetes e mau funcionamento do fígado.
As quantidades de bisfenol A, ftalatos ou alquilfenóis existentes em cada tipo de plástico variam de acordo com cada fabricante. A verificação da presença dessas substâncias só é possível com análises químicas em laboratório.
Mas podemos afirmar que quanto maior o tempo de contato com o plástico, a temperatura e o teor de gordura do alimento, maior é a taxa de transferência desses compostos para o interior dos alimentos.
Portanto, o leitor deve pensar duas vezes antes de esquentar potes de plástico no micro-ondas ou beber café no copinho de plástico.
Sonia Hess
Instituto de Química
Universidade Federal de Santa Catarina
Revista Ciência Hoje
Sonia Hess
Uma série de estudos – em animais e humanos – já comprovou os riscos para a saúde do plástico em contato com alimentos. Especialista sugere, portanto, que as pessoas pensem duas vezes antes de beber café no copinho plástico, por exemplo. (foto: Sxc.hu)
Sim, alguns tipos de plástico têm substâncias que atuam como interferentes endócrinos, ou seja, modificam o equilíbrio hormonal do corpo, podendo causar danos e doenças. É o caso dos ftalatos, dos alquilfenóis e do bisfenol A – já proibido em vários países e ainda aceito no Brasil.
A exposição e a ingestão dessas substâncias pelo contato com a comida podem provocar inúmeros problemas de saúde. Pesquisas com animais apontam para um aumento dos riscos de desencadear diabetes do tipo 2 e hipertensão, além de distúrbios sexuais.
A exposição do feto a essas substâncias ocasiona alterações de forma em órgãos ligados à reprodução, como útero, vagina, glândulas mamárias e próstata. Experimentos com ratas grávidas e seus filhotes recém-nascidos mostram que a ingestão dessas substâncias resulta ainda em obesidade e mudanças no comportamento, como hiperatividade, aumento da agressividade, problemas de aprendizagem e reação alterada para estímulos de dor ou medo.
Já existem estudos epidemiológicos que comprovam a correlação entre a concentração de bisfenol A no sangue e o desenvolvimento de doenças em seres humanosQuanto ao bisfenol A, especificamente, é importante destacar que já existem estudos epidemiológicos que comprovam a correlação entre a sua concentração no sangue e o desenvolvimento de doenças em seres humanos, como obesidade; síndrome dos ovários policísticos; hiperplasia do endométrio; diabetes e mau funcionamento do fígado.
As quantidades de bisfenol A, ftalatos ou alquilfenóis existentes em cada tipo de plástico variam de acordo com cada fabricante. A verificação da presença dessas substâncias só é possível com análises químicas em laboratório.
Mas podemos afirmar que quanto maior o tempo de contato com o plástico, a temperatura e o teor de gordura do alimento, maior é a taxa de transferência desses compostos para o interior dos alimentos.
Portanto, o leitor deve pensar duas vezes antes de esquentar potes de plástico no micro-ondas ou beber café no copinho de plástico.
Sonia Hess
Instituto de Química
Universidade Federal de Santa Catarina
Revista Ciência Hoje
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