quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Todos os sentidos
quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A aspirina pode trazer benefícios ao coração?
por Juliana Pettinati, Sorocaba, SP
Ela não tem efeito direto sobre o coração, mas pode beneficiá-lo desde que bem ministrada. O ácido acetilsalicílico substancia presente na aspirina, evita que as plaquetas – partículas do sangue com a função de coagulantes – se aglutinem. A aglutinação dessas partículas facilita a formação de coágulos, que obstruem as artérias e podem provocar ataques cardíacos. Mas a aspirina, para esses fins, só deve ser usada com indicação médica, e com dosagem especifica, por pacientes com predisposição à formação de coágulos. “Do contrario, os benefícios podem ser menores que os malefícios, já que o ácido é um irritante da mucosa do estômago, podendo provocar úlcera ou gastrite”, explica o cardiologista Miguel Nassif, do Instituto de Grastroenterologia de São Paulo.
Revista Superinteressante
O que é esclerose múltipla?
domingo, 10 de outubro de 2010
População de lontras-do-mar está em perigo | ||||||
Queda no número de nascimentos preocupa conservacionistas da Califórnia | ||||||
por John Platt | ||||||
Populações de lontras-do-mar (Enhydra lutris nereis) do sul da Califórnia caíram pelo segundo ano consecutivo, incluindo uma dramática queda nos nascimentos, segundo novos números divulgados pelo U.S. Geological Survey (USGS). Ao mesmo tempo, o dinheiro necessário para estudar e ajudar a salvar essas lontras pode evaporar rapidamente em meio à crise por que o estado passa. A mais recente contagem de 2010 contabilizou 2.711 indivíduos, queda de 3,6% da média do ano passado. O mais alarmante é que o número filhotes caiu 11%, aos níveis de 2003. Enquanto isso, o intervalo de lontras ao longo da costa da Califórnia já diminuiu 50 km, por razões ainda não descobertas. Embora não exista nenhuma razão clara para o declínio, a redução em série é conhecida por possíveis causas: "Os dados sugerem que fêmeas na idade de reprodução estão morrendo em número maior que o habitual por múltiplas causas, incluindo doenças infecciosas, exposição a toxinas, insuficiência cardíaca, desnutrição e ataques de tubarão", disse Tim Tinker, cientista do projeto de pesquisa da USGS. Tinker é professor-adjunto da ecologia e biologia evolutiva na University of California Santa Cruz (UCSC). Existem algumas dúvidas sobre a nova conta. O Projeto Lontra – com sede em Monterey, Califórnia – aponta o total de 2.711 lontras, ligeiramente acima do ano passado. Mas os autores do estudo não acreditam ser um sinal de que os animais estejam mais saudáveis: "A contagem é sempre ligeiramente acima, o que é um bom sinal. Mas o número de crias está acentuadamente baixo, o que é um mau sinal. E os encalhes até esta data são muito ruins”, afirmou Steve Shimek, fundador do Projeto Lontra. Tinker está conduzindo um novo estudo pela UCSC para saber mais sobre os fatores que podem prejudicar a saúde das lontras-do-mar, porém o financiamento poderá em breve deixar de existir. Parte do dinheiro disponível para estudar esses animais e ajudar a salvá-los vem do Fundo de Pesquisa do Mar da Califórnia, que paga grande parte da pesquisa com espécies e é voluntariamente financiado pelas contribuições de empresas e pessoas físicas. As doações deste ano chegaram a apenas US$ 31 mil. Felizmente esses animais têm sido protegidos pela Lei das Espécies Ameaçadas desde 1977. Eles só podem ser retirados da lista de espécies ameaçadas de extinção se a população for superior a 3090 indivíduos por três anos consecutivos. |
Sequenciado o genoma do cacau | ||||||
A versão pública do genoma está 92% concluída e já identificou cerca de 35 mil genes | ||||||
por Katherine Harmon | ||||||
Os fabricantes do M&Ms decodificaram uma receita para alguns dos seus produtos mais populares: o genoma da árvore do cacau (Theobroma cacao). A sequência, publicada on-line no dia 15 de setembro e disponível gratuitamente para o público, foi montada pela Mars Inc. em parceria com o Departamento de Agricultura dos EUA. A árvore de cacau (cujas sementes são usadas para fazer o chocolate) se une a outras culturas amplamente consumidas, como milho, trigo e arroz, que já tiveram seu genoma sequenciado. Muitos países produtores de cacau são relativamente pobres e não dispõem dos recursos necessários para o estudo genético avançado. A cultura está entre as 10 colheitas mais negociadas no mundo. A planta do cacau é cultivada em cerca de 17 milhões de hectares em todo o globo e o maior produtor, a Costa do Marfim, exportou cerca de 1,3 milhão de toneladas de sementes de cacau em 2005. Os pesquisadores estão refinando os dados antes de submetê-los à revisão por colegas. Mas a versão on-line é "plenamente funcional", segundo Howard-Yana Shapiro, botânico da Mars e professor-adjunto na University of California. A versão pública do genoma está 92% concluída e já identificou cerca de 35 mil genes, segundo pesquisadores que trabalham no projeto. Os cientistas admitem que o mapeamento do genoma do cacau realizado pela Mars "era de nosso interesse", diz Juan Carlos Motamayor, pesquisador e geneticista. Mas, observa ele, os dados também poderiam ajudar a impulsionar a subsistência dos trabalhadores que cultivam cacau e do processo, muitos dos quais vivem na pobreza e trabalham em pequenas propriedades. Os criadores de cacau poderão começar a utilizar os dados da sequência para selecionar características, como produtividade e resistência, bem como melhorar defesas das plantas contra pragas, dizem os pesquisadores. Os cacaueiros levam vários anos para amadurecer e podem produzir os frutos por décadas. Com esperança de que a nova informação irá eventualmente ajudar os produtores a dobrar ou triplicar seus rendimentos, o genoma pode percorrer um longo caminho para a criação de "um modelo econômico que seja sustentável", observa Shapiro. Mais resistentes, as culturas com melhor produção também poderiam “adoçar” os preços dos chocolates. |
Fósseis de vírus revelam infecção de milhões de anos | ||||||
Descoberta de traços genéticos da hepatite B melhora o conhecimento sobre a evolução viral | ||||||
por Katherine Harmon | ||||||
Vírus são organismos que podem se adaptar rapidamente para ultrapassar as barreiras à infecção. Pesquisas recentes têm encontrado vestígios antigos de alguns vírus no genoma de determinados animais. Um novo estudo descreve a evidência de umhepadnavírus (grupo de vírus que inclui hepatite B, que infecta os seres humanos, bem como outros mamíferos e algumas aves) oculto no genoma dos pássaros modernos. Os pesquisadores responsáveis pelo novo trabalho dizem que a estimativa pode ser de pelo menos 19 milhões de anos. Esses fósseis, chamados virais, não são relíquias mineralizadas, mas sim pedaços de códigos genéticos lidos ao longo do genoma de um organismo hospedeiro. Um estudo realizado em julho descreve dezenas de exemplos de códigos virais no genoma dos vertebrados, muitos dos quais provavelmente existiram há cerca de 40 milhões de anos. "Esses vírus são ‘fósseis’ de DNA e podemos colocar todos juntos novamente e ressuscitar espécies extintas", dizem os pesquisadores. "Sabemos que isso soa muito assustador, como ficção científica", acrescentam, "mas isso realmente pode responder as perguntas em termos da biologia do vírus". Os pesquisadores podem quebrar a cabeça com os ossos fossilizados e discutir indefinidamente sobre se um hominídeo caminhava ereto ou não. Mas com o material genético de um vírus extinto na frente deles, eles podem recriá-lo em laboratório. O processo (feito em um cenário altamente protegido) poderá, eventualmente, revelar como essas “máquinas” foram capazes de sobreviver e prosperar com essas inserções. |
Quer emagrecer? Durma mais e melhor | ||||||
Estudo revela que boa noite de sono ajuda na queima de gorduras para quem faz dieta | ||||||
por Katherine Harmon | ||||||
Ter uma noite de sono contínuo pode não parecer a melhor receita para perder peso, mas diversas pesquisas apontam a importância de ter um sono eficiente. Um novo estudo mostra que não dormir o suficiente pode comprometer severamente a capacidade das pessoas de perder gordura extra. Pesquisadores descobriram que quando alguém em dieta tem uma noite de descanso completo, mais do que se duplica a quantidade de peso perdido das reservas de gordura. Pessoas cansadas também relataram sentir mais fome do que quando tinham tido uma boa noite de sono. Os resultados do estudo foram publicados no dia 4 de outubro no Annals of Internal Medicine. "Dormir menos - comportamento onipresente na sociedade moderna - parece comprometer os esforços para a perda de gordura", disse Plamen Penev, professor-assistente de medicina na University of Chicago e coautor do estudo. Os participantes do estudo perderam cerca de 55% mais gordura quando o sono foi suficiente. Para o estudo, 10 voluntários com excesso de peso (idades entre 35-49 anos e com um índice de massa corporal médio de 27,4 kg) iniciaram um plano alimentar personalizado, que reduziu calorias (para uma média de 1.450 por dia), mas mantiveram um estilo de vida sedentário. Durante duas semanas, os sujeitos relataram ter passado 8,5 horas por noite na cama (com um tempo médio de sono de cerca de 7 horas e 25 minutos), e, durante um segundo período de duas semanas, foram autorizados apenas a 5,5 horas por noite de sono (com um tempo médio de sono de 5 horas e 14 minutos). Durante as duas sessões de estudo, os voluntários perderam cerca de 3 kg - quase metade da quantidade quando dormiam por mais tempo. O metabolismo é controlado em parte por hormônios, como a grelina, que estimula a fome e reduz o consumo de energia. Quando os sujeitos do estudo estavam dormindo menos de 6 horas, os níveis de grelina passaram de 75 nanogramas por litro para 84 ng/litro. Os níveis mantiveram-se estáveis quando os indivíduos tinham pleno descanso. Eles seguiram uma dieta rigidamente controlada mesmo com baixas calorias durante as duas fases do estudo e a diferença de peso e perda de gordura entre o sono adequado e poucas horas de sono poderia ser ainda mais acentuada. Outra pesquisa também sugere que dormir o suficiente é crucial para ter uma boa saúde em longo prazo. |