segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Icebergs podem fazer subir o nível do mar?

Estudo mostra que geleiras do Alasca se desprendem do fundo do mar e criam icebergs
por John Platt

Pesquisadores encontraram geleiras que se soltam do fundo do mar e criam icebergs flutuantes maiores que os glaciais. Essas novas observações podem ajudar a entender melhor e prever o surgimento dos icebergs, além de melhorar dados sobre as estimativas de aumento do nível do mar por causa das alterações climáticas.

"Se queremos ter previsões precisas sobre a elevação do nível do mar, é necessário entender o modelo de formação dos icebergs", diz Fabian Walter, glaciólogo do Instituto Scripps de Oceanografia em La Jolla, Califórnia. Walter é autor do estudo, que será publicado na revista Geophysical Research Letters e no jornal American Geophysical Union (AGU).

Esse estudo apresenta a primeira observação detalhada de uma geleira passando por uma transição do fundo do oceano para a flutuação, como ocorre atualmente com uma seção das geleiras de Columbia, uma das muitas do Alasca. Essas geleiras fluem diretamente para o oceano, terminando em um penhasco no mar, onde se formam os icebergs. Antes desse estudo, acreditava-se que as geleiras do Alasca eram exclusivamente ligadas ao fundo e incapazes de flutuar sem se desintegrar.

Icebergs são a principal fonte de água para a bacia do oceano global. Esse estudo é parte de um esforço maior para compreender a formação de icebergs e geleiras. "Estamos vendo um maior nível da maré perto das geleiras", diz Walter.

A equipe de pesquisa conduziu seu estudo sobre a geleira de Columbia com a instalação de um sismógrafo – sensor que mede as ondas sísmicas que são produzidas por mudanças nas formações geológicas, incluindo terremotos, deslizamentos de terra, e deslocamentos de icebergs. Os cientistas estudaram as leituras do sismógrafo de 2004-2005 e 2008-2009, o que lhes permitiu comparar o tamanho e a frequência de icebergs que faziam parte de uma geleira antes e depois se tornaram flutuantes.

A separação da geleira com o iceberg ocorre quando as fraturas no gelo se juntam e produzem um pedaço de gelo completamente separado da geleira principal para formar um iceberg. “A velocidade com que a geleira de Columbia retrocede também pode ter contribuído para uma seção de icebergs”, diz o glaciólogo Shad O\\'Neel do U.S. Geological Survey (USGS), em Anchorage, Alaska, co-autor do estudo. Columbia é uma das geleiras que recua mais rapidamente do mundo – 4 km desde 2004 e cerca de 20 km desde 1980.

Scientific American Brasil

Um comentário:

  1. QuaCada vez que leio ou vejo algo sobre as geleiras se desfazendo, me dá uma dor no coração.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
    Saudações Educacionais !

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