quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

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Obesidade infantil cresce no Brasil
Crianças entre 5 e 9 anos já apresentam o problema. A grande saída é a reeducação alimentar, que deve ser adotada pela família inteira para ter resultados satisfatórios

POR DANIELE MAIA


Rio - A obesidade já é considerada uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. No Brasil, 60% dos adultos têm sobrepeso (estágio inferior à obesidade) ou já estão obesos. Entre crianças e adolescentes, os números também assustam: entre 5 e 9 anos, 33,5% estão com sobrepeso e 14,3%, obesas.

Para a endocrinologista Carmem Regina Leal de Assumpção, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a grande responsabilidade desse quadro generalizado de briga com a balança é o estilo de vida moderno: “O sedentarismo e os maus hábitos alimentares são os vilões desse processo. É preciso quebrar esse padrão, urgentemente.”

Outro reflexo da vida moderna que impacta na má alimentação da garotada é o número cada vez maior de mulheres no mercado de trabalho. Com isso, elas têm menos tempo para os filhos e para os afazeres domésticos de um modo geral: “As gerações mais recentes não têm nem mais a referência daquela avó que cozinha maravilhosamente bem e faz a comidinha que o neto pede. São mães e avós profissionais que delegam a casa à empregada. Nesse cenário, é mais fácil oferecer alimentos industrializados, aquelas comidas prontas, que têm excesso de sal, açúcar, gordura e pouquíssimos nutrientes”, explica a nutricionista Márcia Vivas, do Centro Pediátrico da Lagoa. Para ajudar os filhos a emagrecer, nada de dietas milagrosas, recomenda o endocrinologista Luciano Negreiros, autor do recém-lançado “Os superamigos saudáveis”, livro que de forma lúdica orienta a garotada a se alimentar melhor.

Segundo ele, uma boa dica é fazer pratos sempre coloridos. Isso quer dizer que você elaborou uma refeição bem nutritiva, equilibrada e variada, com todos os nutrientes necessários, ou seja, com verduras, legumes, carboidratos e proteína. “A palavra-chave é a reeducação alimentar. E toda a família deve se envolver nesse processo.”

Exigir que a criança passe sozinha por essa reeducação alimentar é o grande erro que as famílias cometem, concorda Mariana Catta-Preta, coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa: “O hábito alimentar da criança é reflexo do ambiente. Não dá para querer que o filho passe com sucesso por uma reeducação alimentar se em casa os pais continuam enchendo a despensa de guloseimas.”


Nada de televisão no quarto dos filhos

Quem tem filho sabe: televisão dentro do quarto colabora com o sedentarismo da garotada. Agora, um estudo científico traz um alerta que vai servir de argumento para, quem sabe, tirar esses aparelhos do quarto dos pequenos: a pesquisa, realizada pelo Centro de Pesquisa Biomédica de Pennington (EUA), afirma que passar muito tempo em frente à TV dentro do quarto gera excesso de peso e colesterol total elevado.

Eles acompanharam por um ano crianças entre 5 e 11 anos e descobriram que as que possuem televisão no quarto têm mais chances de desenvolver gordura subcutânea, maior circunferência da cintura e triglicerídeo elevado.
Jornal O Dia

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